Rosário chama Tebet de “descontrolada” e CPI é suspensa após confusão
Oitiva de Wagner Rosário deverá tratar de acusação de prevaricação feita pelo presidente da comissão e de desvio de recursos
Ao final, o relator da Comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou que o ministro da CGU passou da condição de testemunha à de investigado.
Ministro reclamou
Antes, em resposta ao presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), o ministro disse que a CGU não é dele, mas um órgão de Estado que presta serviço à população brasileira, assim como a CPI é o campo de Aziz, mas dele e da população brasileira e frisou que muitos dos debates que ocorrem na comissão têm como base documentos produzidos pela CGU. “Fui acusado de maneira irresponsável pelo crime de prevaricação”, afirmou o ministro. “Não foi apresentado pelos senadores qual foi o ato de ofício que este ministro deixou de apresentar, nem mesmo interesse ou desejo pessoal”, acrescentou.
A oitiva com Rosário era uma demanda antiga de alguns senadores da comissão, sobretudo dos governistas que queriam desviar o foco das investigações do governo federal para os estados. Contudo, o depoimento do ministro foi marcado após suspeitas de que ele teria prevaricado no caso da vacina indiana Covaxin.
O requerimento do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) destaca que a CGU enviou à CPI informações com dados analíticos completos das 53 operações especiais integradas pela Controladoria que envolvem recursos federais destinados à pandemia da Covid-19 entre março de 2020 e abril de 2021.Porém, o depoimento do ministro foi marcado após o lobista Marconny Ribeiro Faria, que trabalhou para a Precisa, afirmar, em depoimento à comissão na última quarta-feira (15/9), que a CGU realizou operação de busca e apreensão na casa dele em outubro de 2020.

Ministro da CGU, Wagner Rosário, de máscara preta, na CPI da Covid-19 – Pedro França/Agência Senado
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), mostrou-se indignado porque, mesmo com informações, Rosário não teria impedido irregularidades no Ministério da Saúde.
O parlamentar pediu que o relator Renan Calheiros (MDB-AL) incluísse o ministro no relatório final da comissão como investigado por prevaricação. No mesmo dia, Rosário rebateu Aziz, dizendo que “calúnia é crime” e que estava ansioso pela convocação.
A negociação do imunizante pela Precisa Medicamentos, como intermediária do laboratório indiano Bharat Biotech, com o Ministério da Saúde está envolto de irregularidades. Após as denúncias virem à tona, o governo cancelou o contrato. *